22 de julho de 2024518 palavras2 min leitura

Grupo de nadadores cria projeto para combater à violência contra mulheres no esporte

O Projeto Nadando com Elas tem o objetivo de reforçar e combater a violência contra a mulher no esporte.


No mês de junho, um grupo de nadadores amadores lançou o Projeto Nadando com Elas, com a mensagem de conscientização sobre a importância de combate à violência contra as mulheres no esporte.

Uma pesquisa feita pela ex-nadadora brasileira e integrante da Comissão de Ética do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Joanna Maranhão, constatou que 93% das atletas brasileiras já sofreram algum tipo de assédio, seja físico, sexual ou psicológico.

De acordo com Eduardo Schubert, o idealizador da iniciativa, o objetivo do movimento é engajar a comunidade da natação, que envolve atletas, técnicos, assessorias e organizadores de eventos na conscientização pelo fim da violência contra as mulheres.

Sobre o Nadando com Elas

As formas de violência contra mulher não se manifestam apenas no contato físico, mas também de forma verbal, psicológica e até virtual. E as estatísticas deste tipo de abuso estão cada vez maiores.

São por esses motivos que Edu Schubert decidiu levar o tema para amigos próximos para dar vida ao Projeto Nadando com Elas.

“Impactado pelas estatísticas sobre a violência contra as mulheres, muitas vezes, me peguei pensando quantas das minhas amigas e companheiras de treinos e provas não teriam sido ou estariam sendo vítimas de algum tipo de violência”, conta. “Achamos então que deveríamos nos unir e ‘nadar juntos’ para combater qualquer tipo de violência contra elas”, completa.

Como ações, o grupo programa esclarecer a dimensão do problema, engajar a comunidade por meio de iniciativas concretas e inovadoras e reconhecer os esforços e as iniciativas que contribuam para essa conscientização. Tudo pode ser acompanhado na página do Instagram do Nadando com Elas.

“Assim, vamos criar um selo de manifestação de apoio e teremos um evento próprio no final do ano para manifestar nossa solidariedade”, explica Schubert.

Precisa de ajuda?

Em situações de urgência ou emergência, que exijam atuação policial imediata, ligue 190.

Para fazer denúncias de qualquer violação de direitos das mulheres, ligue para a Central de Atendimento à Mulher, no 180.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também dispõe da Ouvidoria das Mulheres, criada em 2022 para receber manifestações de mulheres sobre questões relativas à igualdade de gênero, participação feminina e violência contra a mulher.

As pessoas interessadas em encaminhar sugestões, elogios, denúncias ou reclamações podem enviar email (ouvidoria@stj.jus.br), ligar para o Disque-Cidadania (61 3319-8888), mandar uma carta (Ouvidoria do STJ – SAFS, quadra 6, lote 1, Trecho III, CEP 70095-900, Brasília/DF) ou utilizar este formulário eletrônico.

Além disso, para ajudar atletas ou torcedoras que já passaram por casos como esses, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro lançou a cartilha Mulheres no Esporte, com conteúdo informativo sobre as diversas formas de violência e a rede de atendimento.

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Talitha Adde

Jornalista e pós-graduada em Jornalismo Digital pela ESPM-SP. É atleta de natação e águas abertas formada no Clube Paineiras do Morumby. Gosta de produzir conteúdos que ajudem a elevar o nível do esporte amador e competitivo.

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